Escrealma
Escrevia até a alma desbotar.
Escrealmar já me habitava:
O eco, o discurso, o desejo — tudo em mim pulsava,
na pele, no silêncio. Só depois chegava ao papel.
Era o verbo.
Era a alma que se escrevia.
Era escrealma.
A escrita não é apenas expressa,
ela desgasta a alma no processo,
mas só assim encontra sossego.
Ela pulsa insistentemente,
transformando a dor em palavra,
peso em propósito.
É um sacrifício voluntário da alma
Para dar forma ao que precisa ser dito.
Era a alma desbotando era escrealma